Encontro no Rio de Janeiro abordou a trajetória da entidade, os desafios da gestão coletiva e a urgência da proteção aos direitos autorais.
A SBAT segue ampliando o diálogo com o poder público em busca de caminhos para sua revitalização e para o fortalecimento dos direitos autorais no teatro brasileiro. Em mais um importante gesto de articulação, a entidade esteve reunida com o Deputado Federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) para tratar de pautas urgentes e estruturantes.

Na segunda-feira, 12 de maio, a Coordenação Provisória da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais (SBAT) se reuniu com o Deputado Federal Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ), no gabinete do parlamentar, no Rio de Janeiro. Estiveram presentes os coordenadores da SBAT, Maria Rita Rezende e Gillray Coutinho, o deputado e seu assessor Thales Rabelo. O encontro marca mais um passo importante na articulação política e institucional em prol da revitalização da SBAT e da defesa dos direitos autorais no país.
Pastor Henrique Vieira é um reconhecido apoiador da causa e destinou uma emenda parlamentar que será investida no projeto SBAT Em Cena – Projeto de Revitalização e Ressignificação da SBAT, desenvolvido em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com recursos provenientes de emendas de parlamentares fluminenses.
Durante a reunião, os representantes da SBAT destacaram a trajetória centenária da instituição, fundada em 1917, e sua relevância histórica para a cultura brasileira.
“Relembramos o tempo em que a SBAT era comparada a um ministério, frequentada por grandes nomes da música, do teatro, artes visuais e outros intelectuais renomados”, relatou Maria Rita Rezende.
No entanto, também foram apontadas as dificuldades enfrentadas pela SBAT nas últimas décadas, marcadas por uma mudança profunda na forma de produzir, financiar e consumir teatro no Brasil — transformações que causaram danos significativos à estrutura da entidade. A antiga centralidade das bilheterias deu lugar a editais, patrocínios e novas lógicas de circulação, enquanto mudanças tecnológicas, culturais e sociais alteraram profundamente o mercado e a relação dos artistas com as instituições. Some-se a isso o crescente desinteresse pela participação associativa, a concentração de poder nas mãos de grandes produtores e os já conhecidos problemas internos de gestão, que juntos contribuíram para o progressivo enfraquecimento institucional da SBAT.
Gillray Coutinho apresentou um panorama sobre o declínio da centralidade da SBAT no sistema de arrecadação e distribuição de direitos autorais, ressaltando que, mesmo diante da ascensão de outras entidades, a SBAT permanece com mais de 10 mil associados – entre autores vivos e herdeiros –, enquanto entidades concorrentes, como a Abramus Teatro, contam com um número significativamente menor.
Além do agradecimento pela emenda já destinada, a reunião também abordou outras pautas urgentes, como a proposta de realização de uma audiência pública sobre a situação dos direitos autorais no Brasil – iniciativa da SBAT –, e o apoio ao Projeto de Lei que trata do perdão das dívidas acumuladas por associações autorais em situação crítica. “ Os direitos autorais brasileiros estão sendo negligenciados”, frisou Maria Rita. “É fundamental que o Congresso volte os olhos para essa questão.”
Outro ponto discutido foi o acervo histórico da SBAT, que reúne documentos e obras fundamentais da dramaturgia brasileira. O deputado se mostrou sensível à causa e se comprometeu a colaborar com alternativas de viabilização da preservação e digitalização desse patrimônio.
A reunião foi encerrada com o compromisso de dar seguimento às ações com o assessor Thales Rabelo, que desde 2023 acompanha de perto a atuação da SBAT, tendo participado inclusive de mesas do Seminário Nacional promovido pela entidade.
A Coordenação Provisória da SBAT avalia o encontro como altamente positivo e reforça a importância das parcerias institucionais para a reconstrução da Sociedade e a valorização dos autores teatrais brasileiros.