A Sociedade Brasileira de Autores Teatrais foi fundada a 27 de setembro de 1917, no Rio de Janeiro, por um grupo de escritores e intelectuais liderados pela maestrina Chiquinha Gonzaga.

Entre seus associados estão milhares de autores de teatro, além de tradutores, roteiristas de audiovisual, autores de literatura em geral, encenadores, atores, cenógrafos, diretores musicais, coreógrafos e outros criadores das artes cênicas e dramáticas de todo o país.

Ao longo de sua história centenária, a Sociedade reuniu um grande acervo de obras com mais de 40 mil títulos, além de milhares de documentos sobre a produção, criação e fruição de teatro no Brasil. A Sociedade também é responsável pela mais longeva publicação especializada em teatro do Brasil, a icônica Revista da SBAT, com mais de 40 anos de existência. À parte de sua atuação em prol dos direitos autorais e do teatro brasileiro, a instituição é considerada por muitos um verdadeiro patrimônio da nossa cultura.

História

SBAT surge da necessidade dos autores brasileiros em ter uma Associação que atuasse na defesa dos seus direitos autorais como dramaturgos e compositores. A sessão inaugural realizou-se na sede da Associação Brasileira de Imprensa e foi secretariada por Viriato Correa, da Academia Brasileira de Letras. Estavam presentes a essa sessão, entre outros, nomes como Oduvaldo Vianna, Luiz Peixoto, Oscar Guanabarino e Raul Pederneiras. Seu primeiro Presidente foi João do Rio e em menos de uma década de existência, foi considerada instituição de utilidade pública.

Com o tempo, a Sociedade foi ampliando sua atuação, passando a trabalhar não apenas na defesa do direito autoral, como também em prol da nossa arte e cultura. Entre seus dirigentes encontramos artistas como Joracy Camargo, Raimundo Magalhães Júnior, Heitor Villa-Lobos, Guilherme Figueiredo, Paschoal Carlos Magno, Genolino Amado, entre muitos outros. Praticamente todos os dramaturgos brasileiros e incontáveis narradores, poetas e tradutores foram seus associados: Nelson Rodrigues, Raquel de Queiroz, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Dias Gomes, Maria Clara Machado, Luiz Peixoto, Plínio Marcos, Lauro César Muniz, Oduvaldo Vianna Filho, Gianfrancesco Guarnieri e muitos mais. Além dos autores de carreira, muitos atores e outros criadores das artes cênicas e dramáticas se associaram ao longo dos de todos esses anos, como Paulo Autran, Dercy Gonçalves, José Dias, Sergio Brito, Caique Botckay, Doc Comparato, Chico Anísio, entre outros.

A SBAT obteve tanta distinção entre as instituições nacionais que chegou a representar o Brasil em encontros internacionais de cultura. A partir dos anos 40, compositores e músicos formaram suas próprias associações de direitos – a primeira delas, a UBC, nasceu dentro da SBAT. No final dos anos 90, devido aos novos paradigmas no sistema de produção e criação de teatro no país, além de questões de gestão administrativa e outras, a SBAT mergulhou em uma violenta crise financeira e de representatividade que quase a levou a fechar as portas.

Desde 2004, quando a última diretoria eleita da Sociedade renunciou, uma Assembleia Geral Extraordinária decidiu criar, provisoriamente, um conselho diretor não renumerado para manter viva a instituição. Artistas como Alcione Araújo, Millôr Fernandes, Ziraldo e a seguir Aderbal Freire-Filho estiveram na vanguarda dessa nova empreitada. Iniciou-se um processo de recuperação da SBAT que se encontra em andamento até hoje. Nos anos 2008/2009, convênios celebrados com a Fundação Biblioteca Nacional, o Ministério da Cultura e a FUNARTE, além de um patrocínio da PETROBRÁS, permitiriam que se promovesse a recuperação e guarda, além da quase total digitalização, do imenso acervo físico de obras arquivadas da Sociedade. Com esse apoio também foi possível a publicação de vários novos números da icônica Revista da SBAT, a mais antiga revista do gênero do país.

Atualmente, o programa de recuperação da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais ganhou novos contornos através de outro convênio, agora com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Através desse acordo, por meio de recursos de Emendas Parlamentares dos Deputados Federais fluminenses Chico D’Ângelo (PDT), Jandira Feghali (PCdoB) e Benedita da Silva (PT), geridos pela Fundação José de Alencar, a UFRJ e a SBAT se empenham na realização de diversas ações estruturantes e de ressignificação. O esforço, acreditamos, é o começo de uma nova etapa, ao final da qual se espera promover a recuperação total e permanente dessa instituição secular.