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A UTOPIA VIVE! AMÉRICA LATINA, PRESENTE! – Wilson Coêlho

Entre os dias 11 a 20 de janeiro de 2025, a Fundacion Calibrarte e a Casa de Teatro, com o protagonismo do ator, diretor e dramaturgo Victor Soto Rojas,  realizaram o XI ENFETELA –  Encuentro Festival Teatro Latinoamericano, na comuna de La Granja, em Santiago de Chile, com a participação de diversos grupos da América Latina. A programação foi bastante extensa, com teatro, títeres, música, dança e diversas outras expresiones artísticas, considerando que o ENFETELA se configura como um espaço único onde a arte e a comunidade se encontram, de certa forma, rompendo não somente a quarta parede, mas – muitas das vezes – também colocando por terra a dicotomia entre palco e plateia. Assim,  celebrando a criatividade através de intervenções urbanas e ações colaborativas que inspiram e transformam a partir de uma estrategia para que a arte possa se conectar, emocionar e gerar um grande impacto social.

Das diversas companhias, grupos e coletivos, oriundos do Brasil, Colômbia, Argentina, Venezuela, Bolívia e Equador, também marcaram forte presença os participantes do Chile, como país anfitrião, principalmente os jovens de comunidades.

Natália Omena, no papel de Violeta Parra no espetáculo “Violeta de los Andes”, do Grupo Tarahumaras, com dramaturgia de Wilson Coêlho, filiado à SBAT.

Na noite do dia 11, com os  grupos do Chile, tivemos o Kultrafün, numa ação inaugural com a obra “Murga y batucada“, percorrendo as ruas de La Granja convidando as pessoas para o festival, depois, pudemos assistir ao grupo do Chile , “Dilo con movimiento“, apresentando a performance “Cuadro artístico” e, ainda, o “Somos semilla” com outra performance intitulada “Ritual” e, para encerrar a noite, o Grupo “Tarahumaras“, do Brasil, faz a abertura com o monólogo “Violeta de los Andes“. No dia 12, assistimos ao musical “Tributo a Gustavo Cerati”, por Rodrigo Agüero, da Argentina, os títeres “Papi Lucho“, de La Compañía Solitaria, do Equador e a obra “Lo Estamos Filmando“, da Organización El Negro Olmedo, da Argentina. No dia 13, novamente com a “Organización el Negro Olmedo”, da Argentina, assistimos a “Cidanelia y Tata Guardianes del Ambiente”. Na sequência, apresentação do musical chileno pelo Grupo Jacaranda, depois, pelo “El Árbol Generoso“, por La BuaTeatro de Crítica, da Bolivia, encerrando com a obra “Palabras Andantes“, por Claudio Bevilacqua do Grupo Nada Ha Cambiado, da Argentina. A noite do dia 14 foi iniciada com um coro chileno com cantores especiais, denominado “Música inclusiva”, pelo grupo musical “Voz de la Inclusión de La Granja”, seguido pela performance “A veces me siento así”, da Escuela de artes escénicas. Depois, a obra “Cuentos Viajeros para Reír y Soñar” , com o grupo Do-ReMimo, da Colombia. O encerramento foi com a peça “Gallina“, pelo Grupo A’Jal, do México. Dia 15, apresentação de música por Sergio Aguilera, de Valparaíso/Chile, o espetáculo “La Fábrica de los Sueños“, pela Creación Escénica, do México-Nicaragua, a performance “Espermatozoide”, do chileno Naranjo, encerrando com a obra chilena “Neruda“, pelo grupo Funca Teatro, também do Chile. Dia 16, todas as obras foram de grupos chilenos, a “Danza Rapanui”, pelo Ori Koa, a “Música y canto”, pelo Los Amigos, a obra “Lucila = Gabriela, Presente“, pelo La Trenza e, “El Juicio de Ana“, pelo Do-ReMimo. Dia 17, começamos a noite com “Cuentacuentos” pelo Grupo La Trenza, do Chile, algumas intervenções com falas, músicas e performances, o espetáculo “Cindanelia y Tata Guardianes del Ambiente“, pelo “El Negro Olmedo”, da Argentina, e terminamos com a obra “El Clownsmonauta”, pelo D’Familia Teatro, do Perú. No dia 18, começamos a noite com o Club de Cueca, do Chile, “Alejandra y los Pinganillas“, tendo a participação quase uníssona da plateia, depois, “Los Azotes de Sancho“, pelo Grupo Latinoamérica do Equador/Argentina/Chile e, encerrando com chave de ouro, a obra “Kuadernos Palestinos” pelo Grupo Sur Testimonios (Argentina/Venezuela).

Esses foram os espetáculo apresentados no palco central “Casa de Teatro”, um palco armado na rua, com a participação de toda a comuna La Granja, mas muitas outras apresentações se deram em diversos outros espaços de itinerância explorando escolas e outros espaços alternativos, onde os grupos se apresentavam na região. Mas a grandeza desse XI ENFETELA –  Encuentro Festival Teatro Latinoamericano não se resumiu na apresentação de espetáculos, mas também por várias outras atividades desenvolvidas como debates temáticos, exposição dos processos de criação e produção dos grupos, organização política, oficinas e contato com as pessoas da comunidade. Outro aspecto interessante do ENFETELA é que a realização do mesmo não contou com apoio do estado e tampouco de empresas privadas, mas do conjunto de pessoas da comunidade, desde a organização quanto da hospedagem numa igreja, até a alimentação a partir da contribuição voluntária das pessoas. Um verdadeiro projeto de inserção social e da arte como elemento intrínsico na vida de cidadãos e cidadãs tendo a arte como um pertencimento e não como um produto de mercado.

Outro tema relevante para o ENFETELA é que ele não se reduz a um mero evento, mas está organizado e se organizando para que se instaure como uma REDE, um projeto com multiplicação e expansão para que cada um desses grupos que participaram sejam também organizadores de outros ENFETELAS em seus países, para que essa ideia seja uma semente fecunda para que todos os participantes se transformem em árvores e possam dar flores e frutos em prol de um novo mundo possível.

Tudo isso porque o ENFETELA promove a atividad teatral tendo como base as comunidades carentes, onde o intercambio teórico – práctico – experiencial entre os grupos teatrais participantes e, assim como as nossas comunidades, são independentes e autônomos em seu funcionaminto, sem fins lucrativos nem comerciais, considerando que seu labor se dá através de processos de produção e autogestão.

Enfim, a mola propulsora desse projeto está na máxima de que A UTOPIA VIVE!

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