A SBAT surge da necessidade dos autores brasileiros em ter uma Associação que atuasse na defesa dos seus direitos autorais como dramaturgos e compositores. A sessão inaugural realizou-se na sede da Associação Brasileira de Imprensa e foi secretariada por Viriato Correa, da Academia Brasileira de Letras. Estavam presentes a essa sessão, entre outros, nomes como Oduvaldo Vianna, Luiz Peixoto, Oscar Guanabarino e Raul Pederneiras. Seu primeiro Presidente foi João do Rio e em menos de uma década de existência, foi considerada instituição de utilidade pública.
Com o tempo, a Sociedade foi ampliando sua atuação, passando a trabalhar não apenas na defesa do direito autoral, como também em prol da nossa arte e cultura. Entre seus dirigentes encontramos artistas como Joracy Camargo, Raimundo Magalhães Júnior, Heitor Villa-Lobos, Guilherme Figueiredo, Paschoal Carlos Magno, Genolino Amado, entre muitos outros. Praticamente todos os dramaturgos brasileiros e incontáveis narradores, poetas e tradutores foram seus associados: Nelson Rodrigues, Raquel de Queiroz, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade, Dias Gomes, Maria Clara Machado, Luiz Peixoto, Plínio Marcos, Lauro César Muniz, Oduvaldo Vianna Filho, Gianfrancesco Guarnieri e muitos mais. Além dos autores de carreira, muitos atores e outros criadores das artes cênicas e dramáticas se associaram ao longo dos de todos esses anos, como Paulo Autran, Dercy Gonçalves, José Dias, Sergio Brito, Caique Botckay, Doc Comparato, Chico Anísio, entre outros.
A SBAT obteve tanta distinção entre as instituições nacionais que chegou a representar o Brasil em encontros internacionais de cultura. A partir dos anos 40, compositores e músicos formaram suas próprias associações de direitos – a primeira delas, a UBC, nasceu dentro da SBAT. No final dos anos 90, devido aos novos paradigmas no sistema de produção e criação de teatro no país, além de questões de gestão administrativa e outras, a SBAT mergulhou em uma violenta crise financeira e de representatividade que quase a levou a fechar as portas.
Desde 2004, quando a última diretoria eleita da Sociedade renunciou, uma Assembleia Geral Extraordinária decidiu criar, provisoriamente, um conselho diretor não renumerado para manter viva a instituição. Artistas como Alcione Araújo, Millôr Fernandes, Ziraldo e a seguir Aderbal Freire-Filho estiveram na vanguarda dessa nova empreitada. Iniciou-se um processo de recuperação da SBAT que se encontra em andamento até hoje. Nos anos 2008/2009, convênios celebrados com a Fundação Biblioteca Nacional, o Ministério da Cultura e a FUNARTE, além de um patrocínio da PETROBRÁS, permitiriam que se promovesse a recuperação e guarda, além da quase total digitalização, do imenso acervo físico de obras arquivadas da Sociedade. Com esse apoio também foi possível a publicação de vários novos números da icônica Revista da SBAT, a mais antiga revista do gênero do país.
Atualmente, o programa de recuperação da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais ganhou novos contornos através de outro convênio, agora com a Universidade Federal do Rio de Janeiro. Através desse acordo, por meio de recursos de Emendas Parlamentares dos Deputados Federais fluminenses Chico D’Ângelo (PDT), Jandira Feghali (PCdoB) e Benedita da Silva (PT), geridos pela Fundação José de Alencar, a UFRJ e a SBAT se empenham na realização de diversas ações estruturantes e de ressignificação. O esforço, acreditamos, é o começo de uma nova etapa, ao final da qual se espera promover a recuperação total e permanente dessa instituição secular.